Sobre vôos, Ícaros e sonhos guardados com amor.
Fui até a Cidade Tiradentes, zona leste de São Paulo. Encontrar e assistir o Palombar. É uma pré-estréia do projeto de criação de número aprovado pelo ProAC – 2015. Com direção do Adriano Paes Mauriz.
Tive o imenso prazer de poder com uma troca com esse grupo em 2013, e agora tem uma oportunidade de voltar para essas bandas e encontrar com elxs. O grupo está na sede do Pombas Urbanas, são alunos e alunas que participam da formação e criaram seu próprio grupo e seguem em frente. Desde 2013 fiquei impressionado com a maturidade dxs jovens.
Era lindo de ver como se dedicam ao ofício, como estão interessados em aprender, interessados em mais informações e novos conhecimentos. Claro, quando fui assistir, tomei um tapa.Ou melhor, uma VOADORA!
O número carrega um nome forte Voo de Ícaros, uma menção ao mito do jovem que precisa fugir de um labirinto, e consegue uma fachada de voar, porém deslumbra-se com o voo e chega perto demais do sol. Onde a cera que segurava suas asas derrete e ele cai no oceano.
Porém o número me mostra uma releitura desse mito. Como que vivenciei Ícaro e suas tentativas de voo e pouso. Voavam. Usaram a ?? O que é uma alavanca e uma força de transferência dos corpos através do balanço. Seu movimento, curvatura e impulso são menstruais de trampolim e favorecem as habilidades acrobáticas.
A arte que pulsa em cada integrante me motiva a continuar na resistência, continue semeando o que acredito que deve ser feito.A cada dia que passa com mais forte não existe separação entre pessoa e artista. E via em cena tudo que falei sobre esse grupo ali em cima. É natural que isso aconteça, muito mais difícil sermos algo que não praticamos todos os dias, não é?
Com uma entrada de uma trupe que chega tocando em cena. Daquelas delícias de Ouvir um grito antes do início datrás das cortinas, de companheiros se desejando boa sorte. Começava-se a ver alguns personagens que se desenham, algumas figuras fortes e música soando ao vivo de seus instrumentos.
A técnica de voo, o companheiro, a vontade de fazer ser aflorada em cada movimento. O Palombar é uma das malas para boas-vindas para se assistir lembrar de bons. E isso era uma demonstração do processo criativo, o número mesmo estréia no segundo semestre de 2016. Escolhi um número em processo para começar a minha nova jornada. Uma produção de comentários sobre o teatro de rua.
Rafael de Barros é graduado em Artes Cênicas, pela Universidade Estadual de Londrina (PR) Vivenciou uma residência artística na Escola de Palhaços de Barcelona – Cal Clown (ESP). Atualmente participa do CEPECA – Centro de Pesquisa em Experimentação Cênica do Ator da Escola de Comunicação e Artes da USP.
É articulador da Rede Brasileira de Teatro de Rua / RBTR