O Grupo Circo Teatro Palombar foi criado em 2012 a partir de um processo de formação com jovens do bairro Cidade Tiradentes. Desde então, foram-se criados 2 números e 3 espetáculos, enfatizando que em maio de 2019 estreará o quarto espetáculo que é uma evolução de um dos números chamado "Esquadrão Bombelhaço".
crítica de Circomuns, do Circo Teatro Palombar. o ruína acesa faz parte do projeto arquipélago de fomento à crítica, com apoio da Corpo Rastreado.
“Palombar é o ato de costurar coletivamente a lona do circo. Diversas mãos que se juntam para tecer o sonho da costura e colocar o circo de pé. Depois, por meio do espetáculo, fazem outras pessoas sonharem.” (Adailtom Alves, Circo Teatro Palombar: somos periferia, potência criativa!)
A publicação “Circo Teatro Palombar: Somos Periferia; Potência Criativa!” de Adailtom Alves, de mãos dadas com o coletivo, surge como potência literária e histórica que documenta e celebra a trajetória inspiradora do Circo Teatro Palombar, a primeira companhia circense da Zona Leste de São Paulo a realizar uma viagem internacional difundindo a sua arte e trajetória que valoriza o trabalho cooperativo e a pesquisa continuada em múltiplas linguagens, tendo como característica a criação de poéticas periféricas peculiares. O livro-espetáculo, escrito com um olhar atento e sensível do pesquisador, costura informações históricas e relatos vividos, oferecendo uma narrativa envolvente sobre o nascimento e crescimento de um coletivo que transformou obstáculos em conquistas.
As câmeras abrem e vemos um cenário cheio de tiras coloridas, suspensas por armações de ferro, já nos apresentam a ludicidade da arte e as construções da metrópole em diálogo. Uma guitarra distorcida que faz base para um rap, abrem os caminhos para os artistas que pisarão no palco em breve. Eles cantam: “eu sou artista, meu sangue é periferia.” Não a toa, o Palombar nos conta, na primeira cena, que são (e tem orgulho de serem) da Cidade Tiradentes, extremo Leste de São Paulo.
Entramos em um boteco com aquelas máquinas que tocam músicas que são escolhidas depois de alguma moeda ser colocada nela. As cores e os elementos remetem, não aos lugares que perceberam que o Karaoke era algo rentável para os estabelecimentos, mas sim onde a cantoria coletiva chegou primeiro do que a própria máquina. Estamos em um local de convivência, onde, possivelmente, as pessoas cantavam juntas antes mesmo do próprio Karaoke chegar.